Lilinha novamente no círculo de giz abre portal clamando justiça. Os sonhos são confusos mas quando se tornam reais tudo fica bem claro. O sonho que lhe atormenta a mente é a grande questão que se repete nesse sonhos ” o que acontece quando passado, presente e futuro se encontram? Lilinha não sabe a resposta mas deseja anotar seus sonhos para ver se mata essa charada tão perturbadora. É, no sonho talvez consiga resposta.
O primeiro sonho Lilinha não se recorda direito, já o segundo não consegue esquecê-lo, a imagem de flash na sua cabeça, um homem tampa sua boca parece sufocá-la, ela vê dois rosto não era o dela, duas jovens os flashes em sonho alternam entre o rosto dessas duas jovens, enquanto o homem asqueroso introjeta seu sêmen a força nelas, Lilinha grita as dores dessas duas mulheres e acorda com sua irmã lhe chamando, mas não consegue se mover fica inerte por uns momentos, porém não se desespera por estar imobilizada, espera recobrar seus movimentos, vira para o lado e pensa “foi só um pesadelo hoje ele não pode retornar, espero que não se realize que eu possa voltar a dormir e sonhar com os deuses novamente na paz divina que me reinar após o demônio ter ido embora não há o que temer”…E Lilinha dorme mesmo sentido seu coração acelerado.
O terceiro sonho, Lilinha parece voltar de seu trabalho, está feliz de repente vê de longe sua amiga vestida de cigana suja, e desleixada, Lilinha não pode acreditar, pensou que ela estava bem porque tinha se casado parecia estar feliz até onde se teve notícia. E agora a amiga estava naquela situação não conseguia entender então resolveu se aproximar entender o que acontecia, viu que a mãe de sua amiga estava perto também parecia a convencê-la a voltar para casa, mas a mãe de sua amiga ao ver Lilinha se encolhe de vergonha e corre do local deixando Lilinha a falar com o vento.
Lilinha então fica chateada com a atitude da mãe de sua amiga, mas segue em direção a ela, quando Lilinha se aproxima de sua amiga ela lhe agarra a sua mão, pede para ler sua mão cobrando umas moedas, Lilinha se repulsa fala ” larga minha mão você não me reconhece?”
– invocando que amiga lhe olhe nos olhos , nesse instante sua amiga surta começa amaldiçoar Lilinha, que percebe que existe uma grande dor, era dor de traição, nesse instante percebe tudo que tinha acontecido, a traição do marido arruinara sua amiga, por isso o retorno a sua verdadeira origem cigana em estado psicótico. Lilinha corre foge daquele olhar maligno, sente que sua amiga já se perdeu mesmo nessa loucura toda e em seus olhos aquilo não tinha desejo de volta, era um olhar cruel e frio esvaziado de si…
Lilinha passa por dentro de uma garagem ao correr, porque o carro fecha a rua, e fica presa na garagem, o cara do carro desce, ele era o mesmo do sonho anterior que a sufocara, Lilinha corre, se sente sem saída todos os lados fechado, Lilinha não desiste sabe que encontrará a saída, aquele cara não irá tocá-la, nessa hora vê que a garagem se abre aos pouco, corre em direção a essa abertura, quando abre lá está o policial com o qual discutira dias atrás…ela o abraça mesmo sentindo que ele sente raiva, ele questiona o que lhe aconteceu, ela aponta o cara que a perseguia , o policial se enraivece contra o cara dizendo “seu bandido sujo não vai tocar nela ” e parte para cima dele o algemando, joga ele dentro da viatura aos socos e entrando no carro, olha Lilinha da janela e sorri dizendo ” ai está seus direitos humanos” pegando o celular de Lilinha que tomara do bandido devolvendo a Lilinha. Nesse instante, gritos invadem seu sonho, Lilinha acorda percebe que os gritos vem de sua rua, mas não consegue ir na janela os gritos iam se afastando e ela imóvel rendida pelo sono ao recobrar seus movimentos, virou para o lado e dormiu ao pensar “se for o bandido que tentou roubar meu celular que após aqueles gritos, que esteja morto aquele imbecil” .
Lilinha delirava confundido seu sonho com aquela realidade que já alcançara o silêncio que remetia um ar de morte, mas possuída pelo sono quem consegue levantar e saber a verdade das ruas. Virou de lado e dormiu feito uma princesa protegida por seu policial galã… Bem típico de contos de fadas que Lilinha detestava e tinha repúdio do final “e foram felizes para sempre”… Que enjoo isso a causava! Lilinha acordou se a justiça fora feita, é justo e fácil fechar o portal , difícil mesmo é definir o que é verdadeiro nos fatos, o que é justo de verdade, enlouquecer diante os fatos ou aceitar que injustiça pode lhe parecer justa quando é você quem vivência os fatos… A dor e o medo é o predicado da ação que em tempo se movimenta mudando o justo e o vento…